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Ter, 31 de agosto de 2010
Jovem e de baixa renda é o perfil do grupo de maior risco potencial entre os fumantes no Brasil hoje, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Pesquisa Especial de Tabagismo. A população de menor escolaridade (com 25,7% de fumantes), e a de menor renda (com 21,3%), ganhando menos de meio salário mínimo por mês, representam os maiores percentuais de fumantes no país - que viu uma queda de 45% no número de fumantes nos últimos 20 anos.
Além disso, o estudo concluiu que a publicidade de cigarro atinge mais os jovens: quase 50% dos de 15 a 24 anos entrevistados disseram já ter recebido propaganda do tipo, contra 38% dos de maior faixa etária. Ainda entre os jovens, a mulher começa a fumar mais cedo. A pesquisa mostrou ainda que o gasto que um casal de fumantes tem com cigarro equivale a R$ 1.495,20 por ano.
Marcando o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), a Pesquisa Especial de Tabagismo é parte do suplemento de saúde da Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad) de 2008, do IBGE. Este ano, os dados sobre tabagismo foram compilados como parte de um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS) com instituições internacionais, que convidou 14 países em desenvolvimento ou emergentes, entre eles Brasil, Índia, México, Rússia e China, para participar. No início de 2011, os 14 países devem desenvolver um relatório comparativo.
Hoje o Brasil tem quase 25 milhões de fumantes com 15 anos ou mais: 20 milhões nas áreas urbanas (ou 16,6% da população urbana) e mais 4,4 milhões nas áreas rurais (20,4% da população rural). Segundo Liz de Almeida, chefe de epidemiologia do Inca e responsável pela pesquisa, um estudo de 1989 contabilizava uma população de fumantes de cerca de 34% daqueles acima de 18 anos. Em 2003, outro estudo dava conta de que esse percentual tinha caído para 22,4%. Agora, a pesquisa divulgada pelo Inca apontou 18,2% de fumantes com 18 anos ou mais:
- Foi uma queda de 45% em 20 anos, que podemos atribuir a medidas como as advertências nos maços, proibição de venda a menores, e proibição de fumo em locais coletivos fechados.
Na divisão por sexo, há sempre mais homens fumantes, não importa a faixa etária; entre os jovens, os homens fumam 2,5 vezes mais do que as mulheres (em outras faixas, a proporção é menor). Mas a proporção de jovens que começam a fumar antes dos 15 é 22% maior para as mulheres, em todas as regiões. O brasileiro de até 30 anos começou a fumar, em média, aos 17.
Por faixa etária, o grupo com maior incidência de fumantes é o de 45 a 64 anos, com 22,7% de fumantes (de 15 a 24 anos, a incidência é de 11%; de 25 a 44, de 18,3%; e de 65 anos ou mais, 12,4%). No entanto, afirma Liz, o grupo de maior risco potencial hoje é o de jovens:
- Com certeza absoluta, o jovem hoje é o alvo da propaganda da indústria de tabaco - diz, afirmando que não há atualmente uma ação de prevenção ao fumo especificamente para esse grupo. - Mas a tendência nesse grupo, como nos outros, é de queda do consumo.
Fonte: Cofen
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