Seg, 01 de outubro de 2010
Um popular analgésico reconhecido, há muitos anos, como seguro para pacientes com problemas cardíacos pode não ser tão inofensivo como se acreditava. De acordo com um recente estudo do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, o paracetamol - analgésico atualmente mais recomendado para pacientes cardíacos, devido à sua presumida falta de efeitos colaterais cardiovasculares - pode aumentar a pressão arterial tanto quanto os medicamentos que os pacientes são orientados a evitar.
“O acetaminofeno (paracetamol) fluiu abaixo do radar de triagem por 40 ou 50 anos sem nunca ser realmente avaliado por sua segurança cardiovascular”, disse o pesquisador Frank Ruschitzka, líder do estudo, em artigo publicado este mês na revista Circulation. “As pessoas acham que, estando fora por tanto tempo, ele deve ser seguro. Bem, isso está simplesmente errado”, completou.
Avaliando 33 pessoas com doença cardíaca, os especialistas notaram que, quando os pacientes tomaram, por duas semanas, um comprimido com paracetamol diariamente, eles apresentaram aumento significativo na pressão. Os resultados apontam que, com a ingestão do medicamento, a pressão sistólica (maior número na medida de pressão) aumentou de 122,4 para 125,3 mmHg, enquanto a pressão diastólica subiu de 73,2 para 75,4 mmHg. Isso representaria uma pressão de 12,53 por 7,54 - quando o normal é aproximadamente 12 por 8. E esse efeito não foi observado nas duas semanas em que eles ingeriram, diariamente, um comprimido sem o ingrediente ativo.
“Na população em que seu uso é recomendado, o acetaminofeno aumenta a pressão sanguínea em mesma extensão que foi anteriormente demonstrada com o ibuprofeno e outras drogas anti-inflamatórias não esteroidais”, escreveu o coordenador do estudo. Entretanto, as limitações do estudo - incluindo o pequeno número de pessoas avaliadas e o curto período de tratamento - ainda não permitem uma conclusão definitiva.
“Certamente, em alguns casos, os benefícios do acetaminofeno para o controle da dor superam o risco potencial”, disse o pesquisador. “Entretanto, em relação a outros pacientes para quem os benefícios não são tão grandes, os pacientes e médicos podem querer reconsiderar o uso do medicamento em longo prazo”, acrescentou o especialista, destacando a necessidade de sempre discutir riscos e benefícios de remédios com os médicos.
Fonte: Uol
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