11 de abril de 2011

Vegetarianismo não prejudica saúde

Notícias
Seg, 11 de abril de 2011


O grupo dos adeptos do vegetarianismo vem crescendo nos últimos anos a ponto de virar tema de estudo de especialistas. Em uma das mais recentes obras sobre o assunto, "Vegetarianismo e Ciência" (Editora Alaúde, 252 páginas, R$ 39), o cardiologista e nutrólogo Julio César Acosta Navarro, com 20 anos de sua carreira dedicados a descobrir os efeitos da dieta livre de produtos de origem animal no organismo, garante que abolir a carne das refeições não oferece qualquer prejuízo à saúde. Para Navarro, o ser humano não nasceu para ser carnívoro.
Essa história de que na dieta sem carne há deficiência de proteína, vitaminas e sais minerais é mítica.
Todos os alimentos vegetais têm esses nutrientes, mesmo que em níveis menores. Há muitas formas de compor uma dieta equilibrada. Até mesmo grandes atletas adotam o vegetarianismo — diz o médico chileno naturalizado brasileiro, que atua no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Não ingerir proteína acarreta a perda de massa muscular, fraqueza, déficit de crescimento, alterações metabólicas, cerebrais, de aprendizagem, musculares, cardiovasculares e imunológicas. Isto ocorre quando há falta de alimentos. A dieta vegetariana, segundo o médico, permite que se busque alternativas, como o próprio nome diz, nos vegetais.
O autor da obra faz apenas uma ressalva: mesmo o prato mais balanceado do vegetarianismo será carente de um tipo de vitamina. A B12 é a única que não é encontrada em quantidades suficientes em nenhum outro alimento que não tenha origem animal. Ela é essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso central. Em falta, pode causar depressão, por exemplo.
Os sinais mais claros do déficit desse nutriente é memória prejudicada e fraqueza. Por isso, aos adeptos do vegetarianismo é indicada uma suplementação alimentar, que pode ser em cápsulas ou injetável. Os especialistas consideram a discussão sobre as perdas de substâncias essenciais para o corpo com a dieta vegetariana ultrapassada. Há agora uma busca pela educação da população, já que, quando se decide adotar hábitos diferentes de alimentação, deve-se ter acompanhamento médico e nutricional.
O segredo do sucesso já é batido, mas não custa reforçar: equilíbrio. Para a endocrinologista Patrícia Santafé, a dieta em si é saudável. O problema, conforme a médica, é que a maior parte das pessoas elimina a carne e seus derivados por conta própria, sem se preocupar com a reposição de nutrientes essenciais.
Quando corta todos os produtos de origem animal e não compensa com outros alimentos, a pessoa pode apresentar deficiência de nutrientes e baixo nível de gordura e colesterol. Isso pode comprometer a produção hormonal, acarretando menor absorção de cálcio e alterações no ciclo menstrual. Pode ocorrer carência de ferro, o que causa anemia.

Fonte: Clicrbs

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